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Amar o próximo ainda é ficar distante

O prolongamento da pandemia nos exige paciência e isolamento social

Celebrado como o método mais eficaz de prevenção ao novo coronavírus, o isolamento social tem seus desafios próprios, revelando o velho fantasma do qual passamos a vida fugindo: A solidão. Encarar nossos medos e angústias que aparecem quando vem o silêncio pode nos levar a inventar qualquer desculpa para sair de casa em busca do outro. E a solidão em um momento desafiador como uma pandemia mundial é ainda mais difícil. Infelizmente, não existe receita pronta para ser uma boa companhia para si mesmo. Esse ato de amor ao próximo e de autocuidado requer uma boa dose de paciência. Nossas festas e aglomerações seguras vão voltar, mas esse momento ainda não chegou.

De fato, estamos cansados e tristes. Muita gente já saiu do isolamento ou teve seus momentos de fuga e catarse. O clima de “já acabou” é compreensível, mas enganador. A contaminação pelo coronavírus geralmente se dá muitos dias antes dos primeiros sintomas aparecerem. Por isso, mesmo uma doença tão falada pode parecer uma possibilidade distante quando se está aproveitando o agora. Além disso, falta a consciência do todo quando ninguém próximo foi afetado. Enquanto os mortos e doentes graves são números anônimos, parece simples esquecer a pandemia.

Nos últimos dias, respiramos aliviados com o início da vacinação no Brasil, mas não é hora de se arriscar fora de casa. Falta muito para que uma parte significativa da população esteja imunizada. Por isso, vamos seguir com a fórmula de mais presença virtual e menos encontros presenciais. Se essa pequena reflexão serve de conselho, deixamos aqui apenas um voto: Calma. Não passou, mas vai passar.

Agatha Couto – Jornalista
Danilo Suassuna –  Doutor em Psicologia e CEO do Instituto Suassuna
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